O LinkedIn se tornou mais do que uma plataforma de busca de emprego; hoje, é uma ferramenta poderosa de branding pessoal e corporativo. No mundo dos negócios, a presença de um executivo no LinkedIn pode afetar desde a percepção de marca até o engajamento dos funcionários. Estar aqui tornou-se essencial, seja para a comunicação interna ou externa, já que no dia a dia as pessoas procuram pelo nome e desejam ver o que líderes de um negócio pensam e fazem.
Um dos desafios mais significativos no posicionamento de um executivo no LinkedIn está no gerenciamento do tempo. Executivos frequentemente têm agendas extremamente ocupadas e complexas, equilibrando várias responsabilidades desde a supervisão de operações até a representação da empresa em eventos e negociações. Ainda assim, a presença online não pode ser negligenciada, pois é um aspecto crucial para o branding pessoal e corporativo. É uma tarefa árdua encontrar tempo para criar e postar conteúdo relevante, manter-se atualizado com as conexões e responder a mensagens, tudo isso sem sacrificar as responsabilidades do dia a dia.
Este desafio torna ainda mais crítico o planejamento estratégico para a presença no LinkedIn. Não só deve ser uma extensão bem pensada da marca pessoal do executivo, como também deve alinhar-se com a estratégia mais ampla da empresa. Isso pode exigir a delegação de algumas dessas tarefas para equipes ou profissionais especializados, mas mesmo nesse caso, o envolvimento direto e a supervisão do executivo são indispensáveis para garantir autenticidade e alinhamento.
Tudo começa pelo perfil, que oferece aos visitantes uma primeira impressão instantânea do executivo e da sua marca pessoal. Além do conteúdo que é postado, o título profissional, as experiências anteriores, as habilidades e até mesmo a foto de perfil são elementos cruciais que comunicam quem ele é, o que faz e por que isso é importante. Um perfil incompleto ou mal elaborado pode desviar a atenção ou não parecer confiável, enquanto um perfil bem-construído pode ser um poderoso aliado na construção de relações profissionais e oportunidades de negócios.
Além disso, um perfil otimizado também pode melhorar a visibilidade do executivo nos resultados de pesquisa, tanto no LinkedIn quanto em mecanismos de busca como o Google. O perfil deve estar em sintonia com outras plataformas e mensagens da empresa para apresentar uma marca unificada e coerente, enquanto a área “sobre” e o histórico de empregos fornecem uma oportunidade de contar uma história de carreira coesa e focada, o que pode ser atraente para stakeholders.
Muitos executivos reconhecem a importância de uma presença robusta e bem-posicionada no LinkedIn, mas a implementação prática dessa visão pode se tornar um campo minado de indecisões e erros. Quando tentam administrar seus perfis sozinhos podem se deparar com o dilema de não saber exatamente o que publicar e com qual frequência e, se definem um profissional terceiro para cuidar disso, também é devem garantir que a estratégia esteja muito bem alinhada e que esse profissional saiba o que está fazendo. O risco aqui não é apenas a inconsistência, mas também a possibilidade de diluir a mensagem ou a marca que se deseja construir.
Essa incerteza pode ser amplificada pela multiplicidade de conselhos e ‘melhores práticas’ que inundam o espaço do marketing digital, tornando difícil para o executivo discernir qual abordagem se alinha melhor com seus objetivos pessoais e corporativos. Esse desafio destaca a necessidade de uma estratégia de conteúdo bem definida e personalizada, que não apenas ressoe com o público-alvo, mas também se integre harmoniosamente com as responsabilidades e metas mais amplas do executivo e da empresa que representa.
O LinkedIn é um palco poderoso para esses profissionais, mas requer uma abordagem ponderada e estratégica. A autenticidade, a frequência adequada de postagens e a sensibilidade ao contexto são fundamentais. Além disso, a influência de um executivo no LinkedIn tem ondas de impacto, afetando não apenas a sua própria marca, mas também a da empresa e dos colaboradores. Portanto, é crucial investir o tempo e os recursos necessários para fazer isso direito.
Nossa experiência atendendo executivos ou times inteiros em consultorias e treinamentos e também em serviços de ghot writing, vem há bastante tempo me mostrando na prática que existem muitos pontos a considerar para dar certo, especialmente o equilíbrio entre se mostrar ativo e autêntico, mas não desocupado, egocêntrico ou “falador” demais.
Tudo começa no planejamento
Um planejamento de conteúdo para um executivo deve ser estratégico, alinhado com os objetivos da empresa e adaptado ao público-alvo. Isso envolve definir objetivos (metas como construção de marca, engajamento com funcionários, atração de investidores e de talentos, novos negócios e parcerias, etc), identificação do público-alvo, calendário editorial estabelecendo frequência de postagens de maneira sustentável e definindo os temas que serão abordados regularmente, desenvolvimento de conteúdo, considerando tipos/formatos e também estilo, revisão e aprovação antes da publicação, publicação e monitoramento, além de ajustes estratégicos e relatórios mensais para analisar métricas e medir o sucesso.
Encontrando o equilíbrio e o caminho
Postar demais pode fazer com o executivo pareça desocupado, com tempo livre, mas postar pouco pode fazê-lo parecer distante e desengajado, por isso o equilíbrio é importante. O foco precisa estar em conteúdo relevante, privilegiando qualidade e não quantidade, fornecendo valor, insights de mercado, atualizações e conquistas da empresa e conselhos profissionais.
O tom e a linguagem também precisam estar alinhados, assim como a transparência e autenticidade. Mesmo quando o perfil e o conteúdo são geridos por um outro profissional (ghost writing), ele deve refletir as verdadeiras opiniões e valores do executivo e o ideal é que esse executivo esteja no mínimo a par do que acontece em seu perfil, assim ele evita descompassos e ruídos. A incoerência pode ser facilmente percebida e prejudicar a reputação do executivo e da empresa.
Também é interessante ser interativo, responder a comentários e perguntas, mas sempre de maneira ponderada para evitar controvérsias. Acho que nem preciso dizer que existem informações sensíveis e confidenciais que não podem ser divulgadas, certo?
Outro ponto essencial é que, embora o executivo seja um representante da empresa, é preciso também mostrar pitadas pessoais, seu lado mais humano, como hobbies e interesses, por exemplo, para tornar o conteúdo mais envolvente. Não é preciso, necessariamente, escancarar sua vida pessoal e expor a família, por exemplo, é possível ser próximo e mostrar-se humano com temas mais discretos e profissionais. E tudo isso precisa refletir sua personalidade, afinal, não será legal parecer alguém extremamente extrovertido nas postagens, por exemplo, e pessoalmente ser totalmente o oposto.
Posicionamento em setores ou assuntos polêmicos e delicados
Atuar em setores desafiadores ou polêmicos traz uma camada extra de complexidade ao posicionamento no LinkedIn. A necessidade de ser sensível, transparente e responsável é ainda mais pronunciada. Cada postagem, cada interação, deve ser cuidadosamente considerada, não apenas para evitar mal-entendidos, mas também para construir uma reputação de integridade e liderança consciente. A margem para erro é estreita, mas a oportunidade de ser uma voz autêntica e confiável é imensurável. Algumas dicas:
- O tom apropriado é essencial, evite linguagem frívola ou humor, é preciso ter sensibilidade ao contexto;
- Se aplicável, admitir falhar e esclarecer os passos sendo tomados para corrigi-las;
- Cuidado com promessas grandiosas, que podem levar a desapontamento e desconfiança;
- Confirme todos os fatos sempre antes de postar;
- Monitorar redes sociais pode ser interessante para uma escuta ativa e entender as preocupações das pessoas;
- Respostas cautelosas e bem alinhadas são essenciais, é preciso ser cuidadoso ao responder críticas e perguntas sensíveis;
- Se os temas envolvem assuntos legais ou regulatórios, um advogado é necessário para validações.
Autenticidade: não há como ser esconder em um mundo transparente
Há uma linha tênue entre mostrar dedicação ao trabalho e forçar a barra, e os executivos devem estar cientes disso ao postar no LinkedIn. É crucial encontrar um equilíbrio que preserve a autenticidade, sem dar a impressão de que a vida profissional consome inteiramente a identidade pessoal.
Vamos considerar um executivo que esteja de férias para alguns exemplos:
- Se o executivo está de férias, um post sobre o valor do equilíbrio entre trabalho e vida pessoal pode ser mais apropriado e genuíno;
- É melhor ser transparente sobre a situação. Se o executivo está realmente de férias, não há nada de errado em admitir que ele está se desconectando para recarregar as energias;
- Pergunte-se se o post é realmente necessário ou relevante para o público. Se não for, talvez seja melhor não postar nada;
- Frases grandiosas sobre a dedicação ao trabalho podem soar melhor em um contexto de crise empresarial do que durante um período de férias;
- Antes de postar, talvez seja útil obter feedback de colegas para garantir que o post não será mal interpretado;
Às vezes, o timing pode fazer toda a diferença. Talvez um post sobre o compromisso com o cliente seja mais apropriado após o lançamento de um novo produto ou serviço, em vez de durante as férias do executivo.
Influenciando internamente
A presença e o comportamento de um executivo no LinkedIn têm um efeito cascata, influenciando não apenas a percepção externa da empresa, mas também a cultura interna. Quando um líder demonstra autenticidade, integridade e engajamento genuíno, isso estabelece um padrão para os funcionários seguirem. Da mesma forma, um perfil mal administrado ou inconsistente pode gerar confusão ou desconfiança, impactando negativamente tanto a marca da empresa quanto a coesão da equipe.
Se o executivo é ativo e engajado, é mais provável que os funcionários também se sintam encorajados a participar, o que pode levar a um maior envolvimento com a marca tanto interna quanto externamente. Quando ele compartilha informações e atualizações de forma aberta pode ajudar a criar um ambiente de transparência e confiança dentro da empresa.
As ações e postagens do executivo podem refletir os valores e a cultura da empresa, incentivando os funcionários a alinhar suas próprias comunicações e comportamentos. Ver um líder engajado e bem-sucedido pode servir como um catalisador para o desenvolvimento pessoal e profissional dos funcionários.
Nem todo executivo será um líder de pensamento
Nem todo executivo precisa ou irá se tornar um líder de pensamento no LinkedIn. Embora a plataforma ofereça uma excelente oportunidade para compartilhar insights e estabelecer autoridade em um campo, a verdadeira liderança de pensamento requer uma combinação de experiência, paixão e uma voz única que nem todos possuem ou desejam cultivar. Além disso, a liderança de pensamento envolve um compromisso de tempo e energia que pode não se alinhar com as metas e responsabilidades de cada executivo.
Se o executivo não tem um conhecimento profundo ou perspectivas únicas para oferecer
, tentar posicionar-se como um líder de pensamento pode ser contraproducente. Além disso, se a empresa tem uma abordagem mais reservada ou tradicional à comunicação, os esforços do executivo para ser um líder de pensamento podem não ser bem recebidos internamente.Em vez de ser um líder de pensamento, o executivo pode optar por ser um especialista em sua área, oferecendo insights quando apropriado mas sem o compromisso de produzir conteúdo regularmente. Outra abordagem pode ser curar conteúdo relevante de outros líderes de pensamento ou fontes confiáveis. Também existe mais um caminho, o de ser um participante ativo na rede, comentando em discussões relevantes e compartilhando atualizações da empresa, pode ser suficiente para alguns executivos e contextos.
Portanto, enquanto ser um líder de pensamento tem suas vantagens, também vem com seu próprio conjunto de desafios e compromissos. Não é uma estratégia que se adapte a todos os executivos ou empresas.Vestindo a camisa, mas também cultivando a marca pessoal.
Vestir a camisa da empresa é quase um imperativo para executivos de alto nível, já que eles servem como embaixadores da marca para públicos internos e externos. No entanto, isso não anula a necessidade de também construir uma marca pessoal sólida, que pode coexistir com os compromissos corporativos e contribuir para uma carreira futura.
Embora o executivo esteja comprometido com a empresa, também tem seus próprios objetivos de carreira e desenvolvimento pessoal que podem ou não estar diretamente alinhados com os da empresa, dessa forma, em executivo também trabalha na construção de sua marca pessoal, que é uma fusão de suas habilidades profissionais, experiências e valores pessoais. A carreira de um executivo pode eventualmente levá-lo para fora da empresa, e ter uma marca pessoal sólida pode facilitar essa transição.
Para funcionar, os interesses da empresa e os objetivos de carreira do executivo devem ser alinhados para criar uma relação simbiótica. O executivo também deve ser cuidadoso ao comunicar-se para garantir que está representando tanto seus próprios interesses quanto os da empresa de uma maneira que seja benéfica para ambos.
Indo além das visualizações e curtidas
Embora visualizações e curtidas sejam métricas tentadoras para avaliar o sucesso no LinkedIn, elas apenas arranham a superfície do impacto real. Para uma avaliação mais completa, executivos devem considerar outros indicadores, como engajamento qualitativo, conversas geradas e até mesmo conversões fora da plataforma.Então, podemos considerar coisas como:
Engajamento genuíno: comentários significativos e conversas que se originam de um post podem ser mais valiosos do que curtidas ou compartilhamentos, pois indicam um nível mais profundo de engajamento com o conteúdo;
Influência e impacto: Ser citado ou mencionado por outros líderes da indústria ou veículos de comunicação respeitáveis pode ser um indicador mais forte de influência do que o número de visualizações;Feedback de qualidade: Receber fee dback construtivo de colegas, subordinados ou clientes pode ser mais valioso do que centenas de curtidas;
Tempo de permanência: o tempo que as pessoas passam realmente lendo ou interagindo com o conteúdo pode ser um indicador de sua qualidade ou relevância, mas no LinkedIn não conseguimos obter essa métrica;
Crescimento de seguidores: não deve ser a única métrica importante, mas um crescimento constante no número de seguidores pode indicar que você está continuamente adicionando valor à sua rede;
Retorno sobre o investimento (ROI): Para executivos, em particular, a métrica final muitas vezes se resume ao ROI. Os esforços nas redes sociais estão levando a novos negócios, retenção de clientes ou outros KPIs relevantes para a empresa?
Satisfação do cliente: Comentários e avaliações dos clientes podem ser coletados e analisados como parte de um esforço mais amplo para medir a eficácia de uma estratégia de comunicação.
O desejo de ver um crescimento constante em métricas como visualizações e curtidas é compreensível, mas esses números são apenas uma parte de um quadro muito mais complexo. Executivos e outros profissionais fariam bem em adotar uma abordagem mais holística para avaliar seu impacto e eficácia nas redes sociais.
O posicionamento de um executivo no LinkedIn vai muito além de simples postagens e curtidas; é uma estratégia meticulosa que requer um equilíbrio cuidadoso entre a marca pessoal e os objetivos da empresa, a autenticidade e o engajamento, e até mesmo a vida profissional e pessoal. Não é algo que possa ser improvisado ou apressado. Ao compreender as complexidades envolvidas e ao abordar a plataforma com a devida seriedade, os executivos têm a oportunidade de não apenas fortalecer sua própria marca, mas também a da empresa que representam.
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